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A RELIGIÃO INDO-EUROPÉIA

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MEILLET,A . Linguistique historique et linguistique générale . Paris: Librairie Honoré Champion, Éditeur, 1965.p. 323-334.             Pode parecer estranho, ao primeiro olhar, que um lingüista, que nada mais é que lingüista, se sinta qualificado para tratar da religião indo-européia. A razão é simples: é que os povos de língua indo-européia só conheceram a escrita muito tarde, quando essa já era praticada na Babilônia e no Egito há muitos séculos; de todas as línguas indo-européias, apenas o sânscrito, o iraniano, o grego e os dialetos itálicos, dos quais o latim é o principal, estão atestados antes da Época Cristã. Todas as outras línguas, eslava, báltica, gêrmânica, céltica, armênia, estão documentadas somente após o século IV da Era Cristã _ em parte, muito depois _ e por textos cristãos. Ora, mais que qualquer outra história, a história das religiões tem necessidade de textos e de textos concebidos na própria língua do...

Da Natureza aos Deuses

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A possibilidade de percepção do mundo pelos seres humanos se deu mediante sua capacidade de observação e cognição através dos órgãos dos sentidos e da noção de espaço e de tempo, em função das suas necessidades básicas, das suas emoções, da autoconsciência, da sua relação de dependência, e ao mesmo tempo da desidentificação com os eventos externos. Ele sente fome, sede, frio, calor... ele precisa caçar, colher, encontrar água pura, defender-se das feras... ele se maravilha com o movimento do sol ao longo do dia, o aparecimento da lua e das estrelas à noite. Ele percebe os ciclos naturais, as nuances das forças externas que operam em seu cotidiano, toma consciência dos ciclos reprodutivos, enfrenta enfermidades, encara a morte. A percepção da natureza pelo homem se dá já com uma conotação religiosa. A noção religiosa surge como forma da relação e da compreensão do homem em relação à natureza, e aos fatos da vida. O humano se vê assim como objeto da causação da natureza e da vida que...